A cirurgia da catarata envolve a substituição do cristalino, a lente natural do olho que se tornou opaca, por uma lente artificial. Essa troca de lentes, além de solucionar o problema de perda da transparência da lente natural, cria a oportunidade para a correção de eventuais erros da refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo – que o paciente possa ter. Assim, ao se calcular o valor dióptrico (grau) da lente que será implantada, busca-se determinar aquele que será capaz de reduzir a dependência dos óculos após a cirurgia. Além do “grau” da lente, vários outros fatores são determinantes do sucesso da correção e da qualidade da visão final. Dentre esses, destaca-se a escolha do tipo de lente que será utilizado.
Muito se comenta sobre as lentes da cirurgia da catarata e há, em geral, a noção de que a lente mais apropriada é sempre a mais sofisticada e a mais cara, o que, nem sempre, é verdade.
A decisão de que lente deve ser implantada deve ser feita de modo personalizado pelo cirurgião, considerando as peculiaridades de cada paciente: atividades profissionais e sociais, hábitos de vida, além de determinados aspectos do olho, como o seu diâmetro, o diâmetro da pupila e certas características da córnea, a outra lente natural do olho, que deve estar “em sintonia” com a lente artificial que será implantada.
Outro ponto muito relevante para a decisão é a presença de doenças oculares como a retinopatia diabética, as degenerações da mácula e o glaucoma, condições em que devem ser evitadas as lentes multifocais, as quais, apesar de proporcionarem independência dos óculos para longe e para perto, associam-se a uma visão com menor contraste.